quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Lápides tumulares - Sepulcrais memórias do Cemitério São João Batista

*Por Marcos Pinto


O nosso vetusto e venerado Cemitério São João Batista do Apodi é guardião de vasto referencial histórico e cronológico, amalgamado nas antigas lápides tumulares, feitas em mármores de alta qualidade, confeccionadas em plagas distantes. Analisando documentos oficiais irrefutáveis, restou-nos a certeza de que, mesmo após a construção do nosso antigo Cemitério São João Batista no ano de 1860, os sepultamentos dos munícipes continuaram sendo feitos na Igreja-Matriz e no entorno do antigo Cruzeiro-Mór.

A ritualidade dos sepultamentos realizados no interior das Igrejas-Matrizes obedeciam a um  rigoroso critério social estipulado pela Igreja Católica Apostólica Romana, que estabelecia diferença quanto ao local do sepultamento, configurando as famílias como tradicionais plenamente abastadas e as tradicionais menos abastadas. As pessoas eram sepultadas dentro da Igreja-Matriz, tanto no solo quanto nas grossas paredes, seguindo duas modalidades de localização: Das grades para cima e das grades para baixo. Das grades acima compreendia a parte que fica da metade da Igreja-Matriz até o Altar-Mór, com o pagamento de taxa muito elevada para o competente sepultamento, o que conferia ao defunto uma conotação de nobreza e tradicionalidade. Das grades abaixo compreendia a parte da porta de entrada até o meio da Igreja-Matriz, com a cobrança de sepultamento cerca de quatro vezes menos do que era pago para sepultar das grades acima.

Quando o profícuo e devotado Padre Faustino Gomes de Oliveira mandou construir o Cruzeiro-Mór em 1855, concluído em 1856 por seu sucessor e parente o Sacerdote Florêncio Gomes de Oliveira, os sepultamentos das pessoas de famílias humildes passaram a ser feitos no entorno do Cruzeiro-Mór. No Século XVI estava já bastante generalizada a prática do sepultamento em templos religiosos - Capelas e Igrejas-Matrizes.

Há uma contextualidade histórica impressionante nas antigas lápides do nosso antigo Cemitério São João Batista. Ao visualizá-las, sentimos que elas nos remetem ao sentido das coisas e da vida. Há como que uma emoção contemplativa que suscita êxtase, perplexidade e encantos. Despertam um vôo mental que nos permite dimensionar o nosso lugar no universo da ascensão espiritual. A inscrição lapidar "AQUI JAZ" nos conduz à reflexões interrogativas acerca da existencialidade espiritual, ao liame, o vínculo eterno de amor entre DEUS e a criação. As nossas lápides apresentam um manancial histórico-cronológico de relevante importância para os estudiosos da genealogia. As referências às datas de nascimento e falecimento suprem a inexistência de fontes documentais oficiais, extraviados ou consumidos pelas intempéries. Não fora a existência dessas memoráveis lápides, teríamos lamentáveis hiatos cronológicos nas biografias dos homens e mulheres que fizeram a história do nosso município de Apodi.

A lápide mais antiga existente no Cemitério São João Batista é a que está afixada ao primeiro túmulo construído, onde está sepultado o segundo mais antigo Professor de Apodi JOAQUIM MANOEL CARNEIRO DA CUNHA BELTRÃO, cujo epitáfio tem a seguinte inscrição: Aqui jaz o Professor Joaquim Manoel Carneiro da Cunha Beltrão, natural da Freguesia de Tracunhaém, Província de Pernambuco. Nasceu no ano de 1811 e faleceu em Apody a 20 de Novembro de 1892.

Em termos de antiguidade, sobressai-se como segunda a do túmulo do Coronel Antonio Ferreira Pinto, falecido a 09 de Agosto de 1909. A terceira e a quarta estão afixadas, respectivamente, nos túmulos do Coronel João Jázimo de Oliveira Pinto , (irmão de Claudina Pinto) falecido a 30 de Março de 1927, e do Coronel João de Brito Ferreira Pinto, falecido a 15 de Setembro de 1934. Temos, ainda, a quinta lápide mais antiga, afixada no túmulo do patriarca da honrada e tradicional família BARRA o Sr. JOSÉ RAIMUNDO DE SOUZA BARRA, do antigo povoado denominado de "Pedra das Abelhas", atual cidade de Felipe Guerra-RN, que nasceu a 24 de Agosto de 1838, e faleceu a 26 de Março de 1934, aos 95 anos de idade.

Esses antigos túmulos constituem patrimônio histórico, que significa Memória e Identidade Cultural

Marcos Pinto é historiador e advogado apodiense. 

Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN

sábado, 27 de agosto de 2016

Zeca Tomaz


JOSÉ PAIXÃO DE SOUSA nasceu dia 08 de outubro de 1921 no sítio Santa Rosa município de Apodi-RN. Filho de Francisco Manuel de Sousa e Ana Maria da Conceição (in memoriam)

O brincante de papangu, declamador de versos de cordéis,artesão, poeta, produtor de cataventos, pescador e agricultor casou com Francisca Batista de Oliveira (in memoriam) com quem formou uma família de sete filhos:

Antonio, João ,Zuca, Maria Júlia ,Maria Rita e Maria Antônia .
Ė avô de 15 netos e 11 bisnetos.

Hoje aos 95 anos de idade declama decorado todo o romance Nilza de Amorim. Um clássico da literatura de cordel. Atualmente vive no seu ateliê onde constrói seus belos cataventos e expõe suas obras de artes na sua casa lá nos sertões da Santa Rosa. 

Fonte: Vilmaci Viana, escritora e memorialista apodiense.

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