Por Marcos Pinto*
Relembro, com intensa saudade, a nossa antiga Feira-Livre, que teve origem nas antigas aglomerações do antigo BARRACÃO MUNICIPAL. O barracão municipal foi construído na terceira gestão do prefeito Francisco Pinto (1929/1930) e ficou exclusivamente para o movimento da feira. Em 1937 foi ampliado pelo prefeito Lucas Pinto(02.02.1936/22.09.1940). Os feirantes colocavam as suas bancas de miçangas como eram chamadas as mercadorias diversas e de pequeno porte, as bancas de jogos de roletas, de dados, de cartas de baralho, que os banqueiros com a habilidade dos seus truques enganavam as pessoas que participavam do jogo. Lá também vendiam utensílios de uso doméstico feitos de barro, como potes, panelas, quartinhas; de palha de carnaúba, como urupema, bolsas, cestas, esteira; de madeiras, como mesas, cadeiras, tamboretes, pilão; artefatos de ferro, de uso doméstico; de couro que os fazendeiros usavam nas suas fazendas; materiais agrícolas fabricados na região, além de outras variedades de objetos. As barraqueiras armavam as suas barracas de bolos de milho, de batata e pão de ló, e os famosos, potes de aluás, de milho e de ananás, que eram os refrigerantes da época, muito apreciados pelo povo tanto dos sítios como da cidade, juntamente com os pães doce da padaria de Antonio Duarte Dória, a única existente. As verduras e os legumes consumidos eram apenas cebola em cabeça, cheiro verde, pimentão, quiabo, jerimum, batata doce e outros produzidos na região. As frutas eram as regionais, que vinham da Várzea, dos sítios próximos da cidade, transportadas em lombo de animais. Os cereais procediam das propriedades rurais da vizinhança, e eram trazidos para feira em velhos carros de bois que despertavam a cidade com seus gemidos característicos. Eram colocados em caixões de madeira vendidos em litro (recipiente de madeira medindo 10 centímetros cúbicos) e cuia que continha cinco litros.
Mais tarde apareceu o Instituto de Peso e Medida, que tornou obrigatório o uso da balança e do quilo, abolindo as velhas medidas. Com o passar dos anos a feira foi crescendo e se estendendo pelas ruas laterais do Mercado,pelas Ruas Coronel João de Brito (frente do Mercado), Benjamin Constant (lado direito do mercado) Coronel João Jázimo(Por trás do Mercado) e Margarida de Freitas (Lado esquerdo do Mercado. A foto mostra a feira na Rua Benjamin Constant, onde situavam-se as bodegas de Aurino Gurgel e Vicente Maia, e Padaria de Raimundo Sena. O atual mercado público municipal foi construído na gestão do prefeito Dr. José da Silveira Pinto (31.03.1953/30.03.1958). Foi restaurado totalmente na primeira gestão do prefeito Valdemiro Pedro Viana (31.03.1969/30.01.1973).
Atualmente a nossa feira ocupa várias ruas da cidade, com uma grande variedade de produtos, uma movimentação comercial intensa, centro importante de negócios, vendas e trocas, podendo ser considerada como a maior feira livre da região Oeste do nosso Estado.
Por Marcos Pinto* - historiador e advogado apodiense.
*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN
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