terça-feira, 30 de julho de 2019

Ivan da Caixa


IVAN NOGUEIRA DE MORAIS nasceu no município de Apodi/RN, no dia 30 de julho de 1958, filho do agricultor João Epitácio Nogueira(João de Tatão) e de Dona Sebastiana Duarte de Morais(Sebastiana de Zé Severo). São seus irmãos: Maria do Socorro Nogueira Lopes, Maria de Lourdes Nogueira, Leôncio Nogueira de Morais, Maria Salete Nogueira Pinheiro, Salomi Nogueira de Morais, Maria Lucineide Nogueira Marinho, Sebastião Nogueira Neto, Itamar Nogueira de Morais, Ismar Nogueira de Morais e José Nilson Nogueira. 

É casado com  a funcionária pública estadual Rita Mercês Alves Nogueira de Morais, é é pai de  04 filhos: Iraeda-Vana Mercês Nogueira Garcia(func. púb. do Estado da PB); Iáskara Camilla Mercês Nogueira( func. púb. federal do Min. da Fazenda); Igor Rummenigge Alves Nogueira(engenheiro do CREA/RN);  e Isadora Lorenna Alves Nogueira(doutoranda em Enfermagem pela UFRN).

Iniciou os estudos na Escola Estadual Ferreira Pinto, onde cursou o ginásio, e fez o segundo grau na Escola Estadual Professor Antônio Dantas, em Apodi 

Começou sua atuação como líder estudantil na cidade do Apodi, e em 1977 foi eleito presidente do Grêmio Estudantil Padre Pedro Neefs. Nesse período deixou como marca principal a sede e o funcionamento da Biblioteca como também conseguiu a aquisição dos instrumentos musicais da Banda Marcial da Escola Antônio Dantas. Liderou também o movimento de universitários para que o Município adquirisse ônibus de transporte escolar para o deslocamento, diariamente, para  a cidade de Mossoró. 

Em 1982 teve que se ausentar da cidade do Apodi para assumir seu trabalho como empregado da Caixa Econômica Federal, na cidade de Areia Branca/RN, permanecendo até 1987. Aliás, foi também em 1982, que o mesmo terminou sua graduação de Bacharel em Ciências Econômicas, na FURRN - Fundação Universidade do Rio Grande do Norte, atualmente UERN.

Em seguida foi transferido para a cidade de Mossoró, local onde conseguiu ampliar seus laços de amizades. Com atuação destacada no Movimento Sindical Bancário, foi eleito no final do ano de 1992  Vice-Presidente da APCEF/RN - Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do RN, cargo que corresponde a de Presidente aqui na Região Oeste do Estado, exercendo a função durante o biênio 1993/1994. 

É filiado ao Partido dos Trabalhadores - PT, desde o ano de 1989 e ingressou nas disputas partidárias em 1992, candidatando-se a vereador em Apodi,  mas não logrou êxito. Em 1994 disputou uma vaga na Assembleia Legislativa, ficando na quinta colocação da coligação, que só conseguiu eleger a deputada Fátima Bezerra. 

Em 1996 foi convencido a transferir seu domicílio eleitoral para a cidade de Mossoró, onde já residia, para sair candidato a vereador, logrando êxito com 1.028 votos, elegendo-se ao lado do vereador Luiz Carlos Mendonça Martins(PT). Teve uma atuação marcante, inclusive em 1997 tornando-se o vereador mais atuante de Mossoró. 

Em 1998 disputa novamente uma vaga para a Assembleia Legislativa, a Coligação novamente só consegue eleger a Deputada Fátima Bezerra. 

Em 2000 tenta a reeleição para vereador em Mossoró, mas o Partido dos Trabalhadores só consegue renovar a vaga do vereador Luiz Carlos Mendonça Martins.

Mesmo aposentado do trabalho, Ivan Nogueira continua firme e forte na militância partidária, sempre no Partido dos Trabalhadores, de onde somente sairá para a sepultura, dada sua visão classista e compromisso em defesa da Justiça Social.    

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN

domingo, 28 de julho de 2019

Chiquinho Lima


FRANCISCO LIMA nasceu no município de Apodi/RN, no dia 10 de novembro de 1914, filho do casal  Júlio Alves de Lima e Francisca Etelvina de Oliveira. Cursou até o quinto ano do ensino primário. 

Chiquinho Lima viveu parte de sua vida no Sítio Baixa Fechada, na zona rural de Apodi/RN, e nessa localidade, exerceu a função de professor primário, ensinando os alunos em sua própria residência. 

No dia 17 de setembro de 1950, casou-se na Igreja Matriz de Apodi com Ester Guilhermina de Oliveira(filha de José Barbosa de Melo e Teonila Guilhermina de Oliveira). Desse matrimônio, nasceram os seguintes filhos:  1. Maria Janice(in memoriam),  2. Francisca Eni de Lima; 3. Francisco Eci de Lima, 4. Júlio Neto(in memoriam), 5. Edivan Edi de Lima, 6. Antônio Erivan de Lima, 7. José Etiene de Lima(in memoriam), 8. Plínio Ediene de Lima, 9. Teonila Eliene de Lima, 10. Irenice Eliane de Lima, 11. Roberto Eros de Lima(in memoriam) e 12. Breno Érico de Lima(in memoriam).

Em 1958, Chiquinho Lima entrou para a vida pública elegendo-se vereador em Apodi, com 167 votos, pelo Partido Social Democrático(PSD), no dia 03 de outubro daquele ano. Tomou posse em 31 de janeiro de 1959 e encerrou seu mandato em 31 de janeiro de 1963. Ocupou o cargo de 1º vice-presidente da Mesa-Diretora da Câmara Municipal de Apodi  no período de abril de 1959 a abril de 1960, e foi 2º secretário, de abril de 1961 a abril de 1962.

Retornou à cena política apodiense no ano de 1970, quando disputou pela segunda vez uma vaga na Câmara Municipal de Apodi, elegendo-se pelo oposicionista MDB - Movimento Democrático Brasileiro, sendo inclusive o vereador mais votado daquela disputa, obtendo 601 votos. Assumiu o cargo em 31 de janeiro de 1971, cujo mandato se prolongou até 31 de janeiro de 1973. Nessa legislatura, Chiquinho Lima voltou a assumir o cargo de 2º Secretário da Mesa-Diretora do poder legislativo apodiense. 

Vale salientar, que Chiquinho Lima não recebeu qualquer tipo de remuneração, visto que naquela época os parlamentares não recebiam salário, portanto ocupavam o cargo voluntariamente. 

Além de atuar na política, Chiquinho Lima foi funcionário público municipal  e atuou como fiscal de rendas da Prefeitura de Apodi, função que exerceu até sua aposentadoria. Destacou-se como um competente advogado "ad-hoc", trabalhando sem cobrar um único centavo, pois servir sempre foi seu perfil.

Foi sócio-fundador da ACDA - Associação Cultura Desportiva Apodiense e sócio-fundador da FUNDEVAP - Fundação para o Desenvolvimento do Vale do Apodi, entre outras entidades. 

O cidadão Chiquinho Lima faleceu em sua terra natal no dia 18 de maio de 1991,  em virtude de um Acidente Vascular Cerebral(AVC). 

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN

domingo, 14 de julho de 2019

Mundinha Freire


RAIMUNDA FERREIRA FREIRE, natural de Portalegre RN, nascida em 02 de outubro de 1962, é a filha mais nova de Francisco Joaquim de Sales e Raimunda Ferreira de Sales(in memoriam). São seus irmãos: Marinalva Ferreira de Sales Pamplona, Marinete Pinheiro de França (in memória), Maurílio Ferreira de Sales, Maurina Ferreira de Sales  Cavalcante, Maura Ferreira de Sales e Souza( in memória), Luiz Ferreira de Sales, Milton Ferreira de Sales, Francisco Ferreira de Sales(in memória), Marilene Ferreira de Sales e Mozart Ferreira de Sales.

É casada com Tarcísio Paulo Freire,  e é mãe de  Francisco Paulo Freire  Neto,  Laura Vicunã Ferreira Freire(in memoriam) e Lumila Paula Ferreira Freire e Souza, e tem  2  netas. 

Iniciou o Ensino Fundamental na Escola Estadual Ferreira Pinto, onde cursou do 1º ao 5º ano,  e do 06º ao 09º ano estudou na Escola Estadual Professor Antônio Dantas, ambas na cidade de Apodi. Cursou o Ensino Médio no Colégio Dom Bosco, em Mossoró/RN.

É formada em Geografia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN e Especialista em Psicopedagogia pela UVA,  e em Educação de Jovens e Adultos, pelo  IFRN -  Campus Apodi. Atuou por 36 anos e  5 meses no serviço público estadual e municipal . 

Ingressou no trabalho em 1982 como Datilografa no 13º Núcleo Regional de Ensino(antigo NURE), atual 13º DIRED , onde chegou a Direção em 4 períodos,  perfazendo um total de 20 anos de funções  nesta  instituição. 

Foi professora dos anos iniciais, do ensino médio e do magistério,  atuou com gestora de escola por 7 anos na Rede municipal de Mossoró e foi Secretaria Municipal de Educação  em Apodi na gestão da ex-prefeita Gorete Silveira. 

Sua vida profissional sempre foi dedicada ao serviço público. Procurou atuar  com muito profissionalismo respeitando os direitos e deveres dos que estavam inseridos no processo  educacional ou  nas  instituições de ensino, fossem eles profissionais, professores, famílias e especialmente aos alunos. 

Priorizou sempre uma organização no sistema de ensino  para que pudessem alcançar melhores resultados no processo educacional  e consequente na sociedade.

Uma mulher muito dedicada a família, com todo seu trabalho sempre acompanhou  a vida  de seus filhos no processo educacional, profissional e cristã, nunca encontrou barreiras que não pudesse vencer mesmo quando foi acometida por um acidente em 2003. 

Apoiada por toda sua família e amigos travou uma grande batalha  para a sua recuperação, pois entendia que as limitações e sequelas que foram adquiridas não  deveria torná-la uma pessoa fragilizada. 

Encerrou sua carreira profissional no serviço público na  Escola Estadual Prof. Antonio Dantas com a publicação de sua aposentadoria em outubro de 2018.

Em março de 2019, foi agraciada com o Título de Cidadã Apodiense, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município de Apodi.

Hoje atua como empresária  no área de confecção e em trabalhos voluntários, no  serviço missionário  e na Associação de Pessoas com Deficiência de Apodi(APDA).

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN

terça-feira, 9 de julho de 2019

Jonas Lopes, a trajetória de um empreendedor

A TRAJETÓRIA DE UM EMPREENDEDOR

JONAS LOPES DE OLIVEIRA é natural do Município de Apodi/RN; nasceu em 05 de junho de 1920 (apesar de registrado, equivocadamente, como nascido em 20 de março de 1922) no Sítio Juncal, localizado na várzea do Rio Apodi. É o 6º (sexto) de uma prole de 12 (doze) filhos de JOAQUIM LOPES DE OLIVEIRA e QUITÉRIA MARIA DA CONCEIÇÃO.

Morou na localidade de nascimento até os anos 40 (quarenta) do século XX. Naquela mesma década saiu da companhia dos pais e fixou domicílio no Sítio São Geraldo onde foi laborar para o senhor SILVÉRIO MARINHO, este, um dos proprietários e dos fundadores daquela localidade, hoje um próspero distrito do Município de Caraúbas/RN.

Ante as dificuldades do seu tempo não foi alfabetizado, fato que não o impediu de ser um cidadão atualizado, sempre antenado com os fatos sociais, políticos e econômicos do país, um empreendedor dentro dos seus limites.

Mesmo sem acesso a educação formal (escola) e tendo como profissão a lide rural, na qual se dedicou com afinco enquanto a disposição física permitiu, era um homem cordial, respeitado e respeitador, tinha muitos amigos, um homem educado.

Com tais predicados e por ser reconhecidamente muito trabalhador, cidadão de boa índole, conquistou a jovem professora primária leiga, recém chegada no Sitio São Geraldo no final dos anos 40, a senhorita MARIA ANÁLIA VALDEGER, natural do Sitio Campos (localidade rural hoje pertencente ao Município de Umarizal/RN), com quem logo namorou.

A jovem professora, recém concluinte do Curso Primário, diplomada na cidade de Martins/RN, fora convidada e topou exercer o magistério naquela comunidade rural do Município de Caraúbas, sendo recepcionada na casa do senhor TIÃO NORONHA, onde morou até se casar.

Em 20 de janeiro de 1950 o jovem JONAS, no ano que completaria 30 anos de idade, casou com a também jovem professora (22 anos), na paróquia de Caraúbas/RN, passando ela a assinar como MARIA ANÁLIA DE OLIVEIRA. O casamento civil só ocorreu em 06 de novembro de 1954, registrado sob o número 1347 no 2º Cartório Judiciário de Caraúbas/RN.

Continuou morador e trabalhador de senhor Silvério Marinho, residindo numa casa pertencente ao patrão, localizada de frente a capela da localidade de São Geraldo, construção existente até hoje.

Laborava com afinco no extrativismo da palha de carnaúba (cortava e batia palha para retirar a matéria prima da produção da cera). No refino da cera de carnaúba também trabalhava em todas as etapas da produção, na fabrica (prensa) que ficava vizinha a residência do seu JONAS. Já a sua jovem esposa lecionava na escola do Sitio Boagua.

Em São Geraldo nasceu os três primeiros filhos. O primogênito faleceu ainda bebê. Em 1953 nasceu o segundo filho, o primeiro que sobreviveu: JOSÉ LOPES DE OLIVEIRA; e, em 1955, nasceu JULIMAR LOPES DE OLIVEIRA; todos naturais do Sítio São Geraldo.

Em 1956 a família se mudou para o Sítio Língua de Vaca em decorrência de a Professora MARIA ANÁLIA ter sido designada para ensinar no Grupo Escolar daquela localidade, deixando a escola do Sítio Boagua. O seu JONAS permaneceu trabalhando com o Patrão, na época já seu compadre (Silvério e sua esposa Guiomar eram Padrinhos do seu filho mais velho JOSÉ LOPES, conhecido na época como ZEZITO).

Morando no sitio Língua de Vaca JONAS deslocava-se diariamente para São Geraldo, saindo na madrugada e só retornando a noite, de segunda a sábado, religiosamente, percurso que fazia a pé. O autor desse relato não via quando o mesmo saía pela manhã, mas, costumava presenciar a sua chegada a noite. Aliás, a sua chegada era anunciada de longe, pois costumava vir assoviando ou cantarolando músicas do Luiz Gonzaga (Cigarro de Palha), do Dorival Caymmi (Maracangalha), etc. Seu Jonas tinha bom gosto até para a música.

No Sitio Língua de Vaca morava numa casa de propriedade do Município de Caraúbas, um incentivo para a professora se domiciliar na localidade que demandava pela importante mão de obra, tão carente na época (anos 50 do século passado). Maria Anália lecionava da alfabetização até o 3º ano primário.

Atualmente só existem pequenos sinais dos escombros, tanto da Casa quanto do Grupo Escolar, na localidade de Língua de Vaca, conforme conferiu o autor do texto há dois anos, quando localizou e visitou a senhora quase centenária, a viúva do seu MARIANO, dona MAROLA, que ainda mora no mesmo lugar, e seu filho LUIZ indicou o local onde existiu a casa e a escola.

Morou com a família no Sitio Língua de Vaca de 1956 até janeiro de 1960. Ali nasceu a primeira filha do casal, a senhora ANTONIA MARLI DE OLIVEIRA, a 3ª descendente da prole dos cinco filhos que se criaram. 

O senhor JONAS LOPES e sua esposa ainda são lembrados com manifestação de saudade e carinho dos antigos, ainda vivos, das comunidades rurais de Caraúbas onde residiram por mais de uma década, conforme pode atestar o autor ao conversar com o senhor LULILA em São Geraldo e com a senhora MAROLA em Língua de Vaca, em setembro de 2012, dentre outros. Era estimado pela família: bom filho, excelente irmão, pai, esposo, genro, cunhado, etc.

Laborou para SILVÉRIO MARINHO por mais de dez anos, sempre fiel e responsável, muito controlado economicamente. O patrão também era um amigo, pois se tornaram compadres cruzados, em dose dupla. O casal Marinho era padrinho/madrinha do filho mais velho do seu JONAS, que por sua vez, JONAS e sua esposa eram padrinhos do filho caçula de SILVÉRIO, hoje Engenheiro Agrônomo SILVERINHO, que trabalha em CARAÚBAS.

Da sua responsabilidade e controle econômico destaca-se: trabalhava com SILVÉRIO MARINHO e só faziam a prestação de contas anualmente, quando sempre tinha haveres, o que o orgulhava muito, pois nunca ficava devendo ao patrão, regra que manteve durante toda a sua vida, enquanto trabalhou de empregado.

Do saldo que apurava anualmente, costumava comprar uma garrota bovina, iniciando a formação da sua poupança. Infelizmente enfrentou a grande seca do ano de 1958, perdeu as duas vaquinhas que possuía, restando a filha de uma delas.

Em que pese a boa relação laboral com SILVÉRIO MARINHO, eis que surge uma oportunidade de se tornar vaqueiro de uma Fazenda na Chapada do Apodi. Casualmente, em Dezembro de 1959, soube que o Senhor MESTRE ABILIO (ABILIO SOARES DE MACEDO) estava precisando de um Vaqueiro e de uma Professora para a localidade denominada Sitio João Pedro, no Município de Apodi.

Assim, JONAS e a sua família, no dia 20 de janeiro de 1960, deixam o Sitio Língua de Vaca localizado no Município de Caraúbas, para habitar na Chapada do Apodi, iniciando a saga da família em terras do Município onde nasceu. Saiu da Várzea do Rio Apodi para instalar-se na Serra do Apodi.

Logo assumiu o ofício de Vaqueiro da Fazenda de Mestre Abílio e a esposa assumiu a escola rural do Sítio João Pedro. Ele substituiu o vaqueiro que saia, o Senhor PAULO DE MANÚ. Ela assumiu o lugar da Professora JULIA, esposa do PAULO.

De vaqueiro, literalmente, na verdade, o seu JONAS nada tinha. Era um gerente trabalhador, empreendedor, poupador. Não se destacava em pega de gado, não era exímio na montaria de um cavalo. Quando necessitava desse tipo de serviço, recorria à VADEMIRO de JOÃO DE ZEFA.

Ele se destacava em tratar o rebanho bovino, fazendo-o crescer e dar renda para o patrão e para ele, tanto com o nascimento de bezerros como com a extração e venda do leite. A relação laboral consistia em cuidar do rebanho bovino. Parte da sua remuneração recebia em bezerros. 

De cada quatro bezerros que nascia ele tinha direito a um, fruto que só veio a aparecer no ano de 1961, uma vez que não teve direito aos bezerros nascidos das vacas que já se encontravam prenhas, cobertas antes dele iniciar o curto contrato laboral verbal.

Outra renda vinha do leite: no período chuvoso ele só tinha direito a metade do leite que colhia; já no verão, no período seco, como o vaqueiro tinha de patrocinar a alimentação do gado (torta de algodão, macambira, etc.), tinha direito a 100% do leite. Plantava algodão em terras de Mestre Abílio como meeiro. Já as culturas anuais (milho, feijão, etc.) plantava para subsistência e não pagava renda.

Para complementar a capacitação na cadeia produtiva da pecuária bovina, o seu JONAS, que até então não sabia andar de Bicicleta, teve de aprender o ofício, pelo fato de ser mais rentável vender o leite na cidade de Apodi que fazer e vender os queijos. 

Adquiriu logo uma bicicleta e, antes de domar a mesma, quem se encarregou de transportar e vender o leite foi o filho mais velho do patrão, o jovem LUCAS SOARES LINS, que também o ajudava na ordenha das vacas pé duras que produziam em média 2 litros de leite por ordenha. As vacas eram ordenhadas duas vezes ao dia (na madrugada e a tarde). O leite da tarde era convertido em queijo.

Logo assumiu mais um ofício. Além de cuidar do gado, tirar o leite, agora também o transportava de bicicleta e o vendia em Apodi (o leite). No sábado a carga de bicicleta ficava mais pesada, transportava os queijos para vender na cidade.

Assim, o senhor JONAS, na Chapada do Apodi, tem uma jornada de trabalho hercúlea, sobre-humana, levantando-se entre uma e duas horas da manhã para tirar o leite, pedalar diariamente 21 (vinte e um quilômetros) até a cidade de Apodi a partir das cinco horas da manhã, mais 21 km para retornar, só chegando em casa por volta das onze horas da manhã, sob sol escaldante.

Foram 18 anos na Chapada do Apodi laborando cerca de 16h a 18h por dia, sem Domingo nem Feriado, salvo quando tinha inverno forte e as estradas vicinais impossibilitava transitar bicicleta, momento em que era obrigado a transformar o leite em queijo, livrando temporariamente de pedalar mais de 40 km por dia.

Trabalhava muito, mas, a atividade se apresentava rentável, uma vez que os invernos foram muito bons na primeira metade dos anos 60. Ocorre que nem tudo são flores. Quando em 1966 iniciava a realização do seu grande sonho, tornar-se proprietário de terra, faleceu a esposa legítima do patrão Mestre Abílio, vieram as questões dos herdeiros, o que desestruturou a fazenda. Em conseqüência, foi dispensado como Vaqueiro.

Assim, em 1966, tendo adquirido um quinhão de terra do senhor JOÃO BENÍCIO, terra vizinha a Fazenda de Mestre Abílio, toda em mata, sem um palmo de cerca, tem inicio a labuta do seu JONAS como autônomo, ou seja, vaqueiro dele mesmo. Além de criar animais de grande e pequeno porte, plantava algodão, milho, feijão, dentre outras, além do pomar com algumas fruteiras. Esse Sítio hoje se encontra incluso no perímetro de desapropriação pelo DNOCS.

Para adquirir a terra vendeu algumas reses ganha na parceria de herdar um quarto de cada bezerro que nascia na Fazenda João Pedro. Restaram poucas reses. Teve de desmatar e cercar as primeiras tarefas de terra para plantar em 1967. Ficou morando nas terras de mestre Abílio, na casa em que funcionava a escola sob a batuta do seu cônjuge, até que construísse a sua própria casa.

Com muito esmero via crescer o seu rebanho bovino e caprino, além de criar aves e sempre ter um porco na engorda para consumo próprio. Assim, por volta de 1974 aposentou a bicicleta, comprou um JEEP, aprendeu a dirigir, passando a transportar o leite em veiculo motorizado. Como dito antes, foram 18 anos de labor.

Mais uma dificuldade. Em 1975, JONAS foi acometido de uma enfermidade no joelho direito. Ficou em tratamento em Natal por volta de 90 dias. Operou e ficou com a perna permanentemente imobilizada, sem articular o joelho. Mesmo assim, voltou a exercer o mesmo ofício, inclusive dirigia o JEEP com aquele membro inferior avariado.

Como não tinha previdência social contou com importante apoio do Doutor Dalton Cunha, vizinho de propriedade, parece que na época Deputado Estadual, que viabilizou a internação do seu JONAS em Natal, numa unidade de saúde onde hoje é o Hospital Universitário.

Mais uma vez o senhor JONAS LOPES demonstrou empreendedorismo e espírito de sobrevivência. Pois bem, foi internado e tinha uma modesta quantidade de dinheiro no bolso. O que ele fez seria impossível hoje. Vejam: comprava maços de cigarro e vendia no varejo (unidade de cigarro) dentro do hospital. Ele fumava muito pouco. Em resumo, tinha uma freguesia grande entre os internados na ala de ortopedia. 

Pasmem! Até as enfermeiras compravam cigarro dele. Essas mesmas enfermeiras ou outros funcionários do hospital faziam o favor de adquirir os maços de cigarro para ele. Resumo da ousadia: quando recebeu alta tinha mais dinheiro no bolso do que quando se internou. O meu pai era um super herói, um empreendedor.

Na chapada do Apodi, além de adquirir a autonomia econômica, ainda nasceram os dois últimos filhos: JONAS LOPES DE OLIVEIRA JUNIOR e MARLICE LOPES DE OLIVEIRA, encerrando ai a prole de cinco filhos, todos ainda vivos.

Não dá para esquecer, que, esse grande homem juntamente com a sua guerreira mulher, não se descuidaram da educação dos filhos. Estes estudavam até o 3º ano primário com a mãe professora na escola rural, depois eram mandados para a cidade para continuar os estudos.

Assim, em 1964, o filho mais velho (autor do presente relato) foi mandado para Apodi, onde concluiu o curso primário; ato contínuo, em 1966, foi deslocado para Mossoró onde deu continuidade aos estudos graduando-se em 1976 em Agronomia. Todos tiveram oportunidade de estudar. Concluíram pelo menos o segundo grau. A filha caçula também se graduou – em Ciências Contábeis.

Em suma, o empreendedor JONAS LOPES DE OLIVEIRA, agricultor, vaqueiro, leiteiro, trabalhador rural sem terra, depois proprietário rural, terminou seus dias residindo na cidade de Apodi, para onde se mudou em 1980. Faleceu em maio de 2002, aos 82 anos, viúvo da sua inesquecível companheira que faleceu precocemente em 1984 com apenas 56 anos. Cumpriu bem a sua missão nesse plano e, sem dúvida, está bem acomodado no plano superior, encaminhando energias positivas para todos nós.

O seu JONAS faleceu e só não conseguiu realizar um de seus grandes sonhos: ter um poço artesiano na sua propriedade. Não faltaram promessas dos políticos que ele sempre apoiou. Infelizmente, esse desejo não dependia só dele. Se o fosse teria conseguido, como conquistou autonomia econômica e conseguiu dar boa formação aos filhos, todos estruturados, situados na classe média.

Tenho muito orgulho de ser filho desse homem de fibra, e também da minha mãe. “In memorian”.

Por: JOSE LOPES DE OLIVEIRA
Eng. Agrº e Advogado

APODI/RN
MAIO DE 2014.



*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN

domingo, 7 de julho de 2019

Posse de Valdemiro Viana na Prefeitura de Apodi, 1963

Posse do vereador Valdemiro Pedro Viana, 1º vice-presidente da Câmara Municipal,  no cargo de prefeito interino do município de Apodi, em  fevereiro de 1963. 

Valdemiro assumiu o cargo após a saída do também prefeito interino Celso Marinho, que deixou o cargo para assumir o segundo mandato de vereador. Valdemiro passou a ser o responsável por concluir o restante do mandato do ex-prefeito João Pinto, que fora cassado pela Câmara no dia 28 de janeiro de 1963. O substituto deveria ser o então vice-prefeito Izauro Camilo de Oliveira, mas não assumiu o cargo por está licenciado de suas funções. 

"Termo de compromisso que prestou o cidadão Valdemiro Pedro Viana, 1º(primeiro) vice-presidente, em exercício de presidente da Câmara Municipal do Apodi 

                      Aos 18(dezoito) dias do mês de fevereiro do ano de 1963(mil novecentos e sessenta três), nesta cidade do Apodi, no Salão nobre da Prefeitura Municipal, pelas 20(vinte) horas, ai reunidos o Consêlho de Vereadores pela unanimidade de seus membros presente também o vice-prefeito, empossado, perante a Câmara Municipal, reunida extraordinariamente que deu posse ao vice-presidente em, digo Prefeito em exercício Valdemiro Pedro Viana, no cargo de Prefeito do Município de Apodi, na qualidade de substituto legal do Prefeito Constitucional, cidadão João Pinto, que foi suspenso das suas funções na Sessão Extraordinária de 28 de janeiro do corrente ano, do Legislativo Municipal, por deliberação da Câmara e com aprovação unanime dos vereadores presentes, tomou ele posse com todas as formalidades legais, assim na oportunidade, passando o vice-prefeito a Presidência dos trabalhos do seu substituto eventual 2º(segundo) vice-presidente da Câmara, Manoel Libânio da Silva, foi por este último declarado empossado na Chefia do Executivo dêste Município perante a respectiva Câmara reunida, tendo prestado compromisso de praxe. Deferiu o compromisso de mui fielmente cumprir os dispositivos das Constituições Federal Estadual e os preceitos da Lei Orgânica dos Municípios, zelar pelo o bem - estar da família e trabalhar pelo o bem e prosperidade do Município. (Lido êste compromisso) Aceito este compromisso de maneira foi pelo  o mesmo lido em vôs alta e a seguir lavrou-se o presente têrmo que vai assinado pelo o presidente pelos membros da Câmara Municipal e pelo o compromissado do que para constar. Eu, Francisco Chaves Sizenando, 2º (segundo) secretário da Mêsa, o escrevi e subscrevi. 
Apodi, 18 de fevereiro de 1963
Manoel Libanio da Silva
Valdemiro Pedro Viana
Francisco Chaves Sizenando
Celso Marinho de Oliveira
Antonio de Oliveira Lima
Bevenuto José de Paiva
João Crisóstomo da Gama
Francisco Silveira
José Fernandes de Morais
Abílio Soares de Macêdo"

FONTE: Livro de Atas da Câmara Municipal de Apodi/RN


OBS: Valdemiro Viana permaneceu interinamente à frente dos destinos políticos-administrativos do município de Apodi de 18 de fevereiro até 31 de março de 1963, quando passou o cargo para Izauro Camilo de Oliveira, que se elegeu prefeito constitucional no pleito de outubro de 1962.  Após deixar o comando da Prefeitura, Valdemiro retornou ao cargo de vereador, colaborando com a gestão de seu parceiro político, o prefeito Izauro Camilo. 
*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi -Portal Fatos do RN

sábado, 6 de julho de 2019

Ângelo de Dagmar


ANTÔNIO ÂNGELO DE SOUZA SUASSUNA nasceu no dia 26 de março de 1980, no município de Limoeiro do Norte/CE, porém desde a sua infância reside na cidade de Apodi/RN. É filho  de João Jacinto de Souza(in memoriam), ex-fiscal do DER/RN, e da ex-vereadora de Apodi, Dona Dagmar Suassuna da Silva.

Concluiu o segundo grau, e hoje trabalha no ramo de mecânica de automóveis. Durante certo período trabalhou no ramo de sorveteria com um de seus irmãos. 

No ano de 2008, disputou pela primeira vez o mandato de vereador na cidade de Apodi, sendo eleito pelo PV - Partido Verde, logrando 847 votos, sendo empossado em 01º de janeiro de 2009.

Reelegeu-se no peito de 07 de outubro de 2012, desta vez pelo Partido Progressista(PP), renovando seu mandato com 659 votos. Nessa época, Ângelo foi Presidente da Comissão Provisória do PP de Apodi.

Nas eleições de 02 de outubro de 2016 conquistou seu terceiro mandato parlamentar pelo partido Solidariedade(SD), reelegendo-se com 592 votos.

Seu ingresso da vida pública deve-se a inspiração de sua estimada mãe Dona Dagmar Suassuna, que ocupou uma cadeira no legislativo apodiense no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2008.

Ângelo foi vice-presidente da Mesa-Diretora da Câmara Municipal de Apodi no biênio 2013-2014 e ocupou o cargo de 1º Secretário no período de 01º de junho a 31 de dezembro de 2016. Foi Relator da Comissão de Finanças e Orçamento de 2013 a 2016.

É autor de diversos projetos importantes para o município, dentre eles o PL 008/2016(atual lei municipal 1.072/2016), que proíbe a nomeação e contratos do poder público com parentes de ocupantes de cargos do executivo e legislativo. Seu trabalho também é engajado na defesa dos universitários do município, e já destinou por diversas vezes emendas impositivas visando  melhorias  para essa classe importante de Apodi. É também autor de requerimentos, indicações e  ainda  moções de aplausos e congratulações a pessoas e empresas que se destacam em nosso Apodi. 

Ângelo Suassuna é casado com Mayanara Bessa, e é pai de 2(dois) filhos: Ingrid Bessa e Ângelo Júnior.

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Apodi - Portal Fatos do RN

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